Arrancou hoje (23/9) o período de votações para os Portugal Festival Awards. 63 festivais a concurso que representam mais de 1,2 milhões de espectadores! Vota nos teus festivais favoritos nas 9 categorias a concurso. Quem levará o galo para casa?
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Ao longo deste ano os HOMEM MAU comemoraram o seu 10.º aniversário de banda e passaram-no em estúdio a gravar um novo trabalho. No entretanto... foram abordados por Hélder Silveira com a possibilidade de realizar um documentário sobre os 10 anos da banda. O presente vídeo foi realizado por Hélder Silveira.
Primeiro single do álbum "Casulo", de Márcia.
DEIXA-ME IR
Deixa-me ir
embora do teu centro
onde eu souber existir.
Deixa-me ir
onde eu não sei andar a sós
poder viver
da minha voz
Se incendeia é bem melhor
que ter a ideia do que é amar
relatado a negro
No meu passeio eu vi
gente a andar a pé
Os que vão primeiro ser
no que ainda não é
Não sei pintar Amor
sem ser da cor
que enche tudo.
Deixa-me ir
embora do teu centro
onde eu puder existir
ser mais do que eu sinto.
Deixa-me ir
se eu não sei andar a sós
vou querer dizer
com a minha voz
se incendeia é bem melhor
que ter a ideia do que é amar
relatado a negro.
No meu passeio eu vi
gente a andar a pé
Os que vão primeiro ser
no que ainda não é.
Não sei pintar Amor
sem ser da cor
que enche tudo.
Música
Voz, guitarra, composição: Márcia
Arranjos por Filipe Cunha Monteiro
NOTA DO REALIZADOR
"Deixa-me ir" é uma equação.
Uma equação que nos obriga a reflectir se devemos permanecer numa relação, qualquer que ela seja: de amor, amizade, com uma cidade ou até mesmo com um país.
Porque considero que nenhum criador se deve demitir do seu dever de agir e intervir na sociedade, "apropriei-me" do tema e explorei-o sob um ponto de vista pessoal, como um retrato, daquele que considero ser um dos momentos mais confrangedores e lamentáveis que se vive atualmente em toda a Europa, e sobretudo em Portugal.
As populações perderam qualquer respeito pelas instituições e por aqueles que nos representam. Os cidadãos vêem-se obrigados a suportar uma crise que não foi criada por eles. E no meio de um mundo, em que países são tratados como empresas e os povos como números, esquecemo-nos do retrocesso civilizacional e grotesco que esta visão implica.
A humanidade sempre viveu momentos de crise e nem por isso os deixou de superar. Contudo, quando nenhum de nós acreditava que pudesse voltar a acontecer, mais uma vez nos foi retirado o que de mais sagrado existe na vida humana: a esperança e a aspiração a uma vida e a um mundo melhores. Quando quem nos representa proclama a sua desistência ao nos convidar a sair, a pergunta que resta é: o que nos leva a ficar?
O videoclipe "Deixa-me ir" pretende, pois, ser o retrato de uma época e um olhar contemplativo sobre um país que definha. Mas que nos relembra, e os relembra, que nós existimos e estamos aqui.