Herman José
Autor: Carlos Paião
Ah rapariga, rapariga, rapariga
Que só dizes disparates, disparates, disparates
Que para tirar tanta asneira, não chegam cem alicates
Que isso de dar um beijinho, já é um costume antigo
Oh quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que lá por dares um beijinho tinhas de casar comigo
Oh chega cá - não vou
Tu és tão linda - pois sou
Dá-me um beijinho - não dou
Interesseira, convencida, ignorante
Os beijinhos só para ti
Ora dá cá um e a seguir dá outro
Depois dá mais um que só dois é pouco
E no entretanto dá mais um beijinho
Carlos Paião
Carlos Paião nasceu a 1 de Novembro de 1957 na cidade de Coimbra.
Formou-se em Medicina, mas acabou por decidir, mais tarde, dedicar-se exclusivamente à música.
Desde muito cedo Carlos Paião demonstrou ser um compositor prolífico, tendo composto centenas de canções.
Em 1981, representou Portugal na Eurovisão com Playback, e editou Pó de Arroz um dos seus maiores sucessos.
O êxito que se seguiu foi a "Marcha do Pião das Nicas", canção onde, de novo, está bem patente o "jeito" especial, porque ligeiro, mas certeiro, de Carlos Paião para a crítica e a sátira.
"Algarismos" foi o seu primeiro LP, que não obteve, no entanto, o reconhecimento e êxito merecidos e desejados.
Surgiu entretanto a oportunidade de participar no programa de televisão Foguete, com António Sala e Luís Arriaga.
Num outro programa, Hermanias, Carlos Paião compôs a totalidade das músicas e letras de "Serafim Saudade", uma caricatura criada por Herman José, já então uma das figuras mais populares da televisão portuguesa.
A editora EMI - Valentim de Carvalho tinha inclusive chegado a encomendar a Carlos Paião canções para outros artistas, entre os quais o próprio Herman José, que viria a alcançar grande êxito com "A Canção do Beijinho", e Amália Rodrigues.
Para a diva da música portuguesa, Carlos Paião escreveu "O Senhor Extra-Terrestre", cuja letra chegou mesmo a constar dum manual para alunos da escola primária.
Em 1986, escreveu "Bamos lá, Cambada!", feita para "José Esteves", outra famosa personagem criada por Herman José (o adepto portista que pensa ser especialista em futebol).
Para além de compositor prolífico, Carlos Paião era também um homem de palco, tendo realizado inúmeros espectáculos.
A 26 de Agosto de 1988, a caminho de um espectáculo em Leiria, Carlos Paião encontrou a morte num violento acidente de viação.
Em 2003 foi lançado um CD comemorativo dos 15 anos do desaparecimento de Carlos Paião, uma das maiores e mais queridas estrelas do mundo da música portuguesa.
Fonte: Instituto Camões