A Banda de Machico tem o problema de quase todas
as colectividades madeirenses: falta de verbas.
Fonte: Diário de Notícias da Madeira, 01-11-2008
Ao contrário de muitas associações do género, os responsáveis pela Banda Municipal de Machico apenas se queixam da falta de verbas. E não é para menos, com uma nova sede inaugurada na última quinta-feira e um novo grupo juvenil, esta Banda está bem e recomenda-se. Por isso, não é de estranhar que hoje, no dia da comemoração dos 112 anos de existência, o presidente, Manuel Spínola, considere que esta é uma das melhores fases de sempre desta instituição, apesar da crise financeira.
"Esta comemoração será vivida este ano por todos os machiquenses como um acontecimento histórico, em que pela primeira vez nos 112 anos de vida da nossa Associação, temos um espaço condigno e condizente com o prestígio desta colectividade: a Casa da Música de Machico, pois esta oferece as condições ideais para continuarmos nesta 'luta' secular em prol da cultura musical, enriquecendo assim o panorama sócio-cultural do município".
Agora com novas instalações, Manuel Spínola adianta que esta associação poderá desenvolver ainda melhor o trabalho que tem sido feito junto dos jovens machiquenses. Uma situação conseguida graças ao trabalho desenvolvido pela Direcção Administrativa e pela Direcção Artística, sempre em coordenação com a Escola da Banda. "É com muito orgulho que verificamos uma cada vez maior adesão de jovens aprendizes contrariando a tendência de muitas Filarmónicas" disse.
A Banda Filarmónica de Machico tem no activo 48 músicos, na sua totalidade elementos que iniciaram a aprendizagem na Escola da Banda, sendo que alguns destes optaram por dar continuidade à sua formação musical na Extensão do Conservatório de Machico.
Ambicioso, Manuel Spínola confirma o surgimento da Banda Filarmónica Juvenil de Machico, já com 25 jovens músicos, como um dos passos mais importantes desta associação, "fruto do trabalho árduo da nossa escola de formação e do nosso director artístico".
No entanto, o trabalho desenvolvido não se fica por aqui. Ao longo dos anos têm sido desenvolvidos vários géneros musicais, como a Tuna de Tocares e Cantares, o Grupo 'VC' Pop-jazz, a Trupe de Carnaval, e as Marchas dos Santos Populares, que envolveram aproximadamente 240 pessoas. Verbas escasseiam É o problema de quase todas as colectividades madeirenses: falta de verbas. É também a única queixa apresentada por Manuel Spínola, que assume que pouco mais pode fazer do que ir sobrevivendo. "Temos um protocolo com a Câmara. Ainda vai dando para colmatar as despesas fixas, fardas e reparações de instrumentos. Também pedimos apoios a empresários, empresas e particulares que nos ajudam".
Banda Juvenil
O maior problema diz respeito ao crescimento que tem sido registado na Banda Juvenil. "A Banda Juvenil está a crescer e vai, em breve, precisar de mais instrumentos. O nosso desafio é saber como é que vamos solucionar este problema, vamos ver o que conseguimos fazer. Já solicitámos o aumento de apoio na Câmara. Era bom que a Câmara pudesse rever o protocolo, que se mantém igual há quatro anos", disse.
Antes de terminar, Manuel Spínola elogia a postura demonstrada pelas entidades envolvidas na construção da nova sede. "Fomos ouvidos sobre o que prentendíamos. Felizmente, as nossas ideias foram correspondidas", por isso deixa um grande agradecimento às entidades que os apoiam, com destaque para o Governo Regional e para a Câmara Municipal de Machico.
Hoje, este é o programa de celebrações: hastear da bandeira e marcha de aniversário (8 horas), missa na igreja matriz (9 horas), desfile pelas ruas da cidade (10 horas) e almoço na nova sede (13 horas).