Fonte: Diário de Notícias da Madeira, 13-10-2008
Manuel Pestana, com 69 anos, vive em São Vicente e foi uma das muitas pessoas que ontem se deslocaram à Ribeira Brava, para assistir ao XXV Encontro Regional de Bandas Filarmónicas. "É a primeira vez que vejo o encontro e as bandas são muito importantes na nossa cultura", declarou.
Um aspecto que Francisco Fernandes, secretário regional da Educação Cultura, na abertura do espectáculo na marginal da Ribeira Brava, referiu: "As bandas filarmónicas representam uma expressão cultural que diz muito às pessoas".
O governante aludiu ainda à "integração cada vez maior de jovens músicos nas bandas". Ora um dos exemplos é Hernâni Gonçalves, com 17 anos, que integra a Banda Paroquial de São Lourenço , da Camacha: "Comecei por curiosidade há três anos e gostei", começou por dizer.
"Penso que é uma boa forma para nos iniciarmos na música" acrescentou. E sobre a crise que atinge as filarmónicas foi claro: "Acho que não há muitas bandas que aguentem as dificuldades".
Curiosamente Cátia Macedo, também de 17 anos, faz parte da Banda Distrital do Funchal 'Guerrilhas', uma formação que está a passar por momentos complicados como o DIÁRIO fez saber.
"Faço parte da banda desde os 11 anos e gosto muito de música e espero que seja um meio de ajudar a trazer mais elementos novos".
Já sobre a situação que 'vive' a Banda Distrital do Funchal a clarinetista mostrou-se confiante no que respeita ao futuro. Por seu lado Diana Ornelas, com 16 anos, já fez parte da Banda Recreio Camponês : "Tive de desistir por falta de tempo, mas tenho lá o meu irmão", atirou.
Agora como espectadora do XXV Encontro Regional de Bandas Filarmónicas destacou a importância do espectáculo: "Trata-se de uma iniciativa fundamental para divulgar o trabalho que estes grupos fazem".
Também as palavras de Sofia Camacho, com 18 anos, afinaram pela mesma diapasão: "O Encontro é uma forma de projectar o trabalho das bandas que não tem tido grande repercussão".
Cristina Nunes, com 40 anos, é maestrina na Banda Municipal de Santa Cruz e ontem foi a única mulher a dirigir uma filarmónica. "Os meus conhecimentos têm contribuído para que a banda melhore bem como a escola de formação que coordeno". "Há 25 anos que faço parte da banda, sinto-me em casa (...) mas os responsáveis devem pensar mais nestes grupos", concluiu.
Novidade no Evento
Pela primeira vez marcou presença no Encontro Regional de Bandas, uma empresa continental de venda e reparação de instrumentos que foi visitada pelos elementos das bandas que actuaram na Ribeira Brava. "Queremos reduzir a distância com os músicos madeirenses porque vemos que utilizam instrumentos antigos e cá estamos com marcas alternativas" declarou João Paulo o representante da firma.
Estas imagens foram transmitidas no Telejornal da RTP Madeira.