ELIANE NA QUINTA MAGNÓLIA
O "jeitinho" bem brasileiro de Eliane Elias ao conquistar as cerca de duas mil pessoas presentes na Quinta Magnólia encerrou em tom maior a segunda noite do VI Funchal de Jazz, onde também actuou o Quinteto de Rodrigo Gonçalves.
AGRADÁVEL SURPRESA
A exemplo do sucedido na noite anterior António Ferro, ao apresentar o Quinteto de Rodrigo Gonçalves, deu o arranque ao programa de ontem. Composto por Chris Cheek (saxofone), Mário Delgado (guitarra), Paco Charlin (contrabaixo), Alexandre Frazão (bateria) e pelo próprio Rodrigo Gonçalves (piano/composição) o grupo produziu uma actuação muito segura quer no desenvolvimento das peças quer nos diversos diálogos estabelecidos entre os músicos que, da parte da assistência, receberam prolongadas ovações. Sem exagero o Quinteto de Rodrigo Gonçalves, apesar das excelentes referências de que vinha precedido e também das boas críticas à volta de "Tribology"(CD reconhecido como um dos melhores de 2004), constituiu uma agradável surpresa provando que tem um brilhante percurso no panorama jazzístico português, nem sempre alvo da melhor divulgação, tarefa que, sublinhe-se, o Funchal Jazz tem cumprido.
MAGIA CONTÍNUA
Depois a agradável surpresa deu lugar à magia de Eliane Elias que, na companhia de Gustavo Saiani (guitarra) Marc Johnson e Satoshi Takeishi (bateria), deixou bem vincada a sua sensibilidade como pianista e intérprete ao apresentar um reportório de elevado bom gosto, formado por peças suas e de Tom Jobim, compositor de que «é uma das melhores intérpretes» segundo a crítica internacional. Sabendo "transformar" os arranjos mais complexos em peças de deliciosa simplicidade Eliane Elias provou perante os madeirenses e os muitos turistas que se encontravam na Quinta Magnólia porque razão o seu CD "Three Americas" foi considerado pela "Downbeat", em 1977, como o melhor álbum de jazz desse ano. Foto e texto na Edição On-line do Diário de Notícias da Madeira